Lutadora de Braga em destaque em Jornal Regional

Inês Oliveira é tricampeã nacional

Lutas amadoras para meninas? Claro que sim!

Lutas amadoras? O que é isso? Pois bem, nada melhor que uma tricampeã nacional para nos explicar e até desmistificar alguns pré-conceitos que possam estar associados à modalidade. As lutas
amadoras são um desporto tão antigo quanto a própria humanidade, por isso, Inês Oliveira, jovem de 15 anos e três vez consecutivas campeã nacional no escalão + 70 kg, muito pouco, naturalmente, nos poderá dizer, por experiência, sobre a origem desta modalidade, contudo, sabe, como primeiro pensamento, que as lutas amadoras não são só para meninos, esperando, confessa, que haja cada vez mais meninas a praticar a modalidade. “As lutas amadoras não são para qualquer menina, mas podiam ser. Aliás, não andam cá mais meninas por isso, porque dizem que é de rapaz, mas não é”, contou. Todavia, isto parecia à jornalista ainda pouco para convencer uma menina a pisar um tapete, foi aí que Inês Oliveira a persuadiu por completo ao dizer que pratica a modalidade há seis anos e que nunca sofreu nenhuma mazela ou sequer ficou com alguma nódoa negra, porque, além de aprender a defender-se, se um dia vier a precisar, também aprendeu a posicionar-se e a cair sem se magoar. A jovem atleta da Casa do Povo de Martim começou aos 9 anos, por influência do irmão – praticante, na altura, há pelo menos seis anos –, do pai e também da prima, treinadora e cinco vezes consecutivas campeã nacional. “É muito bom ser campeã. Nunca pensei que o seria, mas quando subi ao pódio pela primeira vez, ficou cá o bichinho. Aliás, costumo dizer que não quero fazer disto a minha vida, mas isto já é a minha vida”.

Além de ter ascendido ao mais importante lugar no pódio em 2013, 2014 e 2015, Inês Oliveira confessa que, ao longo dos anos, já conquistou perto de 50 medalhas e com campeões na família, a jovem não queria ficar mal na fotografia e agora que apanhou o gosto pelas vitórias não está minimamente interessada em as deixar fugir entre os dedos, por isso, quando os torneios se aproximam, os treinos tornam-se mais intensos, mas isso também não parece afligir Inês Oliveira que lamenta, contudo, não haver mais raparigas a praticar a modalidade. “A minha melhor amiga (Filipa Loureiro também praticamente da modalidade) é a única rapariga com quem posso treinar cá, de resto só cá anda uma menina mais pequena, o que é limitador. Ela foi campeã na categoria 60 kg, veja a diferença de peso. Para ela é bom treinar comigo, mas para mim nem tanto”. Por isso, não é de admirar que Inês Oliveira também costume praticar com os colegas rapazes.

As lutas amadoras estão presentes nos Jogos Olímpicos desde 1896, embora existam desde que o Homem por cá anda. Trata-se de um conceito simples, dois homens ou duas mulheres lutam até que um deles seja subjugado. As técnicas, contudo, têm-se tornado mais sofisticadas.

Fonte: Barcelos Popular
Texto: Olga Costa
Foto: Olga Costa

Comentários

Mensagens populares